Obras da Copa em Natal RN - RETIRADA DE CICLOVIAS DOS PROJETOS IMOBILIDADE URBANA

sábado, 25 de maio de 2013

Foto: Assis Oliveira (em destaque: Alexandre Seplan e Marjorie Madruga PGE)

Obras da copa, Retirada das ciclovias dos projetos de (i)mobilidade urbana.
Por Mateus Graça

Carlos Eduardo está numa posição muito confortável. O que for feito é mérito deles, no caso não dar certo, a culpa é da Micarla. Isso facilita muito qualquer justificativa, inclusive a de isolar a população do debate, argumentando que não há mais tempo para mudanças, nesse prazo de 12 meses para a Copa.
O Nosso Mandato chama os movimentos sociais, em especial o movimento dos Ciclistas (ACIRN, Bicicletada Natal RN, Associação dos Ciclistas de Natal e outros) para nos debruçarmos sobre a busca de soluções imediatas para propormos aos técnicos da prefeitura nesse curto prazo de um mês que antecede o virtual início das obras. Não podemos deixar passar este momento!

#CicloviaNoLote1 #PlanoDeMobilidadeJá! #PlanoDeCicloviasJá!

Pontos Audiência Pública sobre obras de mobilidade da Copa
Técnico: Alexandre SEPLAN

O auditório foi lotado pelo movimento de ciclistas, que compareceram para cobrar explicações dos técnicos da prefeitura acerca da exclusão das ciclovias do chamado “lote 1” das obras de mobilidade da Copa do Mundo, como também reivindicar mais atenção do poder público natalense para políticas públicas de transporte alternativo. O movimento define o atual modelo de ação da prefeitura como “política para carros”, excludente da maioria da população, que utiliza o transporte público, bicicleta e até mesmo as próprias pernas para se locomover em Natal.
Após longa explicação técnica de todas as obras do projeto, ficou claro que o enfoque foi o trânsito de automóveis no entorno do estádio, quase que exclusivamente, excluindo outras áreas de concentração de circulação na cidade e, o mais grave, excluindo completamente outras formas de transporte. O retrato disso foi a retirada, no projeto, do trecho de ciclovias da Mor-Gouvêia, com a justificativa da falta de espaço. Disse o técnico que a retirada se deu como única alternativa para fugir do problema da desapropriação de imóveis no entorno da avenida, que será expandida lateralmente, ganhando novas faixas. Os ativistas presentes questionaram a veracidade dessa informação, visto que, para a construção de uma ciclofaixa, apenas um reduzido espaço é necessário. Contra argumentaram, colocando a enorme necessidade das ciclovias neste trecho, que perpassa o trânsito de milhares de trabalhadores da Zona Norte que necessitam de outros meios para chegar, por exemplo, à Ponta Negra todos os dias. Argumentos como o crescimento do número de carros por habitante nos últimos anos, devido a melhoria do poder de compra da população e da “cultura do carro” foram derrubados pelos ciclistas, que rebateram diferenciando o número de carros com o uso dos mesmos, destacando o fato de que, no caso de melhorias do transporte alternativo, a população passa a deixar o carro em casa, utilizando-o somente em raras ocasiões. Essa foi a linha do debate.
O técnico da prefeitura destacou que estes projetos especificamente foram feitos em regime de urgência, visto que no caso da não realização dos mesmos até os prazos estipulados pela carta compromisso da Copa do Mundo FIFA 2014, os recursos advindos do governo federal seriam perdidos. Lembrou também da “herança maldita” da gestão anterior, que durante quatro anos não colocou a frente praticamente nada, em se tratando de consulta a população, projetos e execução das obras, colocando a atual gestão numa “saia justa”, em que até mesmo com os projetos prontos em tão pouco tempo, ainda coloca em risco a execução das obras no prazo de doze meses.
Além deste debate, também foi cobrado pela população explicações acerca dos Planos de Mobilidade e do Plano de Ciclovias, que há tanto tempo estão na pauta das gestões, incluindo a anterior do próprio Carlos Eduardo, mas que não são colocadas a frente nem em debate com a população. O técnico declarou diversas vezes que as secretarias estão abertas para a discussão dos planos e, especialmente convidou o movimento de ciclistas para debater o plano de ciclovias, “vamos sair daqui unidos” e “dinheiro tem, falta projeto”, foram algumas das frases ditas, por Alexandre, da SEPLAN. Foi marcada reunião para a próxima semana com a SEMOB para tais fins e prometida reunião com o prefeito, quando o estudo já estiver mais avançado.
Ademais, o debate perpassou por dúvidas técnicas, e outras colocações como, por exemplo, pelas limitações geográficas de Natal (cercada por rio e mar, áreas de duna e muitas áreas de proteção ambiental) que, segundo o técnico, dificultam qualquer planejamento sobre transporte. Argumento discordado pelos presentes, que destacaram que este fato apenas exige mais empenho e criatividade do poder público para a execução dessas melhorias, e se colocaram a disposição, como população, para contribuir com o processo, cobrando mais vontade política da prefeitura, a qual seria demonstrada, por exemplo, na coragem de executar projetos que não fossem concluídos na própria gestão, deixando os louros para serem colhidos pelos próximos representantes, demonstrando assim mais compromisso com a melhoria da cidade para a população, e não com a pequena política que domina nosso estado e tantas outras no Brasil.


 

 Foto: Assis Oliveira (destaque: Clebson Melo - Diretor Acirn)

Por ACIRN - Associação dos Ciclistas do RN
REFLEXÕES ACERCA DA AUDIÊNCIA NA PGE

Após a reunião, como sempre, surgem reflexões e discussões.

É consenso geral entre os que participaram uma preocupação maior após ouvir Alexandre. Em todo o seu discurso ficou bastante clara a postura da prefeitura e a forma como os técnicos e gestores pensam a cidade, ou seja, priorização do carro e como acomodá-lo em detrimento dos outros modais.

Não houve em nenhum momento a preocupação em iniciar investimentos em transporte público e muito menos um projeto para a cidade a longo prazo.

Na atual circunstância e após ouvir Alexandre eu entendo a questão da ciclovia como secundária. Secundária porque não existe um plano para a cidade onde as vias cicláveis estariam inseridas. Dessa forma nem ciclovias, nem transporte público e nem os pedestres estão sendo vislumbrados.

Ainda não sei como agiremos mas na última quinta ficou claro que teremos muito a fazer. E não apenas para pedir ciclovias. Nós estamos responsáveis por promover uma mudança cultural.

Clebson Melo

 Comentários dos membros da Bicicletada Natal:

Via Ricardo Herculano
Apresentado as obras de mobilidade urbana pra copa e a notícia nada surpreendente. Projetos para carros e valorização das áreas valorizadas para carros. Mais espaço para mais congestionamentos.

Via Francisco Iglesias Acho que é melhor destruir toda a cidade e fazermos ruas e avenidas... assim todo mundo mora nos carros e resolvemos todos os problemas...kkkkkkkkkk... é de chorar também esta visão que vai contra a visão de transformação que o mundo caminha.

Via Clebson Melo Impressionante ouvir de um gestor público nos tempos atuais a extrema preocupação em acomodar carros com o pífio argumento que, a população quando melhora sua renda, compra carro e casa própria. Eu fiquei realmente surpreso e decepcionado com a forma de pensar. Natal vai parar e nós, com nossas bicicletas, deixaremos os carros para trás nos congestionamentos. Seria até engraçado dar um tchauzinho para os nossos gestores presos dentro de seus carros enquanto nos locomovemos em nossas bicicletas.

Via Marcos Lemos POis é....me impressionou mto o determinismo que quem sobe de classe compra logo um carro. Isso é até verdade, poucos tem a visao sem preconceito sobre o transporte publico e a bike, e como isso afeta a cidade.
O poder publico é que regula a sociedade, ele nao deve alimentar o vicio dela.

Via Fabiano Silva Lamentável a política pró-Carros da Prefeitura do Natal, o senhor Alexandre Carros, ops SEMPLA, não conseguiu falar nenhuma palavra que não fosse alargamentos e mais vias para carros, mesmo se contradizendo que quem mais realiza viagens em Natal, são pessoas a pé!, "então estamos adotando prioridades, prioridades pela renda do natalense, que cresce e quer comprar um carro e uma casa".

Rodrigo Alcoforado Natal perde uma grande oportunidade ao sediar a Copa do Mundo 2014. As obras - obras não, projetos, nada de obra ainda - de mobilidade urbana foram pensadas de forma atabalhoada. Em reunião com o Secretário de Planejamento da Prefeitura Municipal ficou evidente que falar em mobilidade não significa nada mais que falar sobre o trânsito de um único modal: o automóvel.
Dados e mais dados são apresentados de forma exata, com uma precisão quase que cirúrgica. A quantidade de carros que passam em uma esquina, que passavam e que passarão. Já a quantidade de PESSOAS ninguém sabe ninguém viu.
Não sou hipócrita para defender o fim dos automóveis, mas defendo a restrição de seu uso. Seria muito bom optar por sair de carro, ônibus, bike ou caminhando. Podemos? Claro que não!
Pensar as cidades para pessoas não é difícil, só falta um pouco de vontade política. Natal perde a chance de dar início a um projeto inovador no Brasil. Até mesmo São Paulo - com problemas exponencialmente maiores que os de Natal - já dá sinais da implementação de uma Frente Parlamentar em Defesa da Mobilidade Humana.
O que fica de legado da Copa? Uma decoração temática (:o) e alguns reais de dívida.



Angelike Silva o poço é muito fundo. Será que eles deixarão algum espaço para bicicletas. Vi no domingo passado, passando pela Felizardo Moura, que a classe política do RN vendeu a alma para o diabo. Salvem Natal.

Dados e mais dados são apresentados de forma exata, com uma precisão quase que cirúrgica. A quantidade de carros que passam em uma esquina, que passavam e que passarão. Já a quantidade de PESSOAS ninguém sabe ninguém viu. Não sou hipócrita para defender o fim dos automóveis, mas defendo a restrição de seu uso. Seria muito bom optar por sair de carro, ônibus, bike ou caminhando. Podemos? Claro que não! Pensar as cidades para pessoas não é difícil, só falta um pouco de vontade política. Natal perde a chance de dar início a um projeto inovador no Brasil. Até mesmo São Paulo - com problemas exponencialmente maiores que os de Natal - já dá sinais da implementação de uma Frente Parlamentar em Defesa da Mobilidade Humana. O que fica de legado da Copa? Uma decoração temática (:o) e alguns reais de dívida.

 Como pôde ser visto, todos saíram decepcionados com a forma de estabelecer políticas públicas de mobilidade urbana, Bicicletada teme muito pelo Parque das Dunas, rios e outras reservas ambientais da cidade, que ao entender do secretário são verdadeiros empecilhos a tal (i)mobilidade dos carros. Ficou claro claríssimo o porquê de tanto desejo nos Parques/espaços ambientais da cidade, por isso o Pq.dunas, Via costeira, reserva Emaús e tantas árvores derrubadas, o único intuito é alargar vias para dá espaço aos carros. A Prefeitura do Natal desconsidera totalmente o Transporte Público como prioridade, por isso os desmandos do atual sistema, eles tem carta branca, pois o "desejo do natalense é e tem que ser, comprar um carro" - Alexandre.




 

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"Posso não conseguir mudar o mundo, mas vou me divertir tentando" - Anônimo

"Precisamos em Natal na verdade, é de Mobilidade Humana" - Milena Trigueiro

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É um blog desenvolvido pela Bicicletada Natal/RN para catalogar os acidentes envolvendo ciclistas no estado. Tem por objetivo argumentar a necessidade da estrutura e da segurança para os ciclistas, de forma que entada-se que o uso da bicicleta está além da diversão e lazer e que para tanto, necessita de políticas que enxerguem a necessidade de trabalhar esse modal em todos os seus aspectos. Sabe de alguma ocorrência de acidente com ciclista? Informe-nos aqui.